quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Sobre o amor que vira manchete nas redes sociais.

Antes de falar, ame. E antes de sair falando para o mundo o quanto ama prove primeiramente para quem você ama. Nem todos que estão ao nosso redor fazem parte do nosso mundo. E quem faz, cá entre nós, merece exclusividade.

Parei para pensar esses dias: eu não falo muito de amor, nem costumo fazer declarações via twitter, facebook, entre outras redes sociais. E sim, eu vejo muitas pessoas fazendo. Às vezes é fofo. Mas tudo tem um limite.
As pessoas adoram ‘’gritar’’ o amor, muitas vezes esquecendo que o amor se passa dentro de nós. Outras amam tanto que depois que terminam um relacionamento, no próximo dia já começam a ‘’gritar’’ novamente. Mas agora é diferente. Já não amam mais, isso mesmo, de um dia para o outro o pra sempre virou nada, elas ''estão solteiras e ninguém vai segurá-las.’’ Tudo bem, todo fim de relacionamento é difícil. Mas o que eu tenho visto ultimamente são pessoas querendo provar para as outras o quanto estão felizes. Elas acabam se rebaixando a um nível baixíssimo só para mostrar algo que não são, expor algo que não sentem. Acabam fazendo tudo ao contrário. Ao invés de pensar nelas próprias, vivem para as opiniões alheias. ‘’Eu vou fingir ser assim porque eu tenho que parecer bem. ‘’ E tudo que  precisam é se sentir bem de fato. Mas passam a maior parte do tempo enganando. Se  ‘’auto-enganando''.

É que as pessoas estão em volta só observando o que está acontecendo. E elas não devem saber de tudo que se passa em nossas vidas. Viver não pode ser um livro aberto. Não deve ser. Pois a inveja existe.

Já me perguntaram por que eu não falo muito sobre meu relacionamento na internet, e a minha resposta foi clara:
Quem eu amo, já sabe o quanto eu amo. E eu não preciso provar para mais ninguém.
Ele sabe, eu sei. Basta.


E como diria o Grande Caio Fernando Abreu:
''Fico quieto. Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar aos sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência a, digamos, "embonitar" a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito."



Françoíse A. Machado

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Meu jeito (particular) de lembrar.

Queria poder fazer um rascunho de todos os meus pensamentos e acontecimentos. Gostaria de arquivar as coisas. E eu posso.

Temos mais facilidade em guardar os momentos muito bons e os muito ruins. Mas e os ''outros momentos'', aqueles que ficaram no meio termo? A gente esquece. E eu não gosto de esquecer.
Imagine que mágico, poder reviver mesmo que em pensamento a nossa infância?
Queria poder lembrar como eu era quando criança, digo, não por fotos. Lembrar como era ser inocente, e sorrir por coisa boba. Deve ser bom.
Hoje em dia é tão difícil tirar um sorriso meu, seu, nosso.
É tão triste saber que dia após dia vou deletando inconscientemente alguns
pedacinhos da minha vida.
Por isso acho que escrever é algo útil. Pois sei que vou mudar depois, e não quero esquecer de quem eu era antes. Para mim, é importante não cometer os mesmos erros. É importante repetir os acertos.  É importante para eu saber o que me tornei, e como já me senti. É importante saber quem já foi importante.

Fotografias?
Gosto de fotos, mas tudo ficaria mais interessante se atrás de cada uma delas, tivesse escrito algo que pudesse me fazer voltar naquele exato momento.

Já que a minha memória quase sempre falha, decidi escrever todos os dias. Eu falo sério. Rabiscar em qualquer canto, uma coisa qualquer que me lembre um dia qualquer. E não preciso de inspiração, quero uma coisa bem informal, bem minha.
Mesmo que não tenha feito nada no dia, eu vou chegar e escrever: ''Eu não fiz nada hoje, nadinha. Mas continuo viva. E isso não é ótimo?''
Vou arquivar tudo.
É que, eu cansei de perder momentos e pessoas. Pessoas principalmente. Perdi muitas até aqui, e vou continuar perdendo, eu sei, mas não quero mais esquecer do que elas eram quando estavam comigo. Elas sempre mudam depois que se distanciam, e eu não me acostumo. Então quero guardá-las da forma mais bonita que posso: Escrevendo. Porque escrever é tão bonito!

Então, será que eu posso te deixar no meu rascunho?
Alguns rascunhos valem mais do que ouro para mim. Afinal, é no rascunho que se escrevem as mais belas histórias.



Françoíse A. Machado.
Escrito dia 02/05/11



domingo, 7 de agosto de 2011

- Lembra da primeira vez em que a gente conversou?
- Sim. Janeiro, férias, você, minha cidade, alguns amigos em comum.
- É, eu não gostei muito de você.
- Na verdade você achava que não gostava. Nem me conhecia!
- Achava. Tenho essa mania de achar as coisas.
- Percebi.
- Mas de uma coisa eu tenho certeza: sei que posso confiar em você, e em tudo que você diz sentir por mim.
- Às vezes não parece.
(silêncio)
- Mas é.
- E por que você acha que pode confiar em mim? Nem eu confio.
- Lembre-se que não é questão de achar, e sim de ter certeza.
- E...
- É que você não pode olhar profundamente nos teus olhos assim como eu posso, mesmo que raramente. Você me passa confiança da forma mais bonita e sincera: olhando.
- Eu ainda prefiro os teus.
- Meus olhos?
- Sim. E mais um pouco também.
- Como?
- Me limitaria dizendo que gosto apenas dos teus olhos. Gosto de tantas coisas em você que fica difícil falar.
- Você é tão doce! Me deixa com o coração disparado e um sorriso bobo no rosto, sabia?
- Sei.
- Como sabe? Você não está próximo.
- Eu não preciso estar. A gente pode sentir o outro, de longe mesmo.
Pelo menos eu sinto. Não estou perto, mas é como se estivesse.
- Parece que você fala tudo o que eu preciso ouvir.
- Eu apenas falo tudo o que eu preciso falar.

Cada palavra dita e sentida eram como um abraço apertado de saudade.
Havia distância, mas também havia amor. E muito.
Bastava.


Luise passava as horas vagas (e outras nem tão vagas assim) lembrando das conversas, até dessas no telefone. Sempre anotava. Porque quando lia ela podia não só lembrar, mas reviver também. Você deve  saber o quanto é bom poder viver de novo os dias e acontecimentos bons. E é possível sim. O que passou ainda é, e pode continuar sendo. Se quisermos.


(pequeno trecho de um futuro livro)

Françoíse A. Machado

terça-feira, 12 de julho de 2011

Eu me lembro das flores, do céu aberto, e das nuvens que pareciam formar desenhos. Estava calor, mas havia uma brisa gostosa de vez em quando. Teu sorriso iluminava mais ainda meu dia. Ficaria ali para sempre.
Foi uma conversa boba, mas foi o início de quase tudo, porque é claro que já tínhamos um pouco. Ou melhor, acho que foi o início do meio.

- Há tanta beleza no mundo!

- Sim, há de tudo. Até beleza.

- Até?

- Até.

- Eu gosto daqui.

- E eu gosto de você.

- E daqui também, não?

- Gosto daqui quando tem você. Caso contrário não teria sentido.

- Mas, foi você quem me trouxe até aqui. Costumava vir sozinho, não se lembra?

- Eu procurava um sentido.

- E agora?

- Agora eu já encontrei.
Françoíse A. Machado.

sábado, 9 de julho de 2011

Papel, caneta, falta do que fazer. Escrevi.
É preciso de tão pouco e ao mesmo tempo uma imensidão de coisas para escrever. É precido de nada. E tudo.

                                       

Nós as interpretamos, relacionamos com pessoas e acontecimentos. Elas são tão inocentes que chegam a ser culpadas.

''Música: música (do grego μουσική τέχνη - musiké téchnea arte das musas) é uma forma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e silêncio seguindo, ou não, uma pré-organização ao longo do tempo.''

Notinhas tão importantes. De si fazer um sol. De mi ter um . De ir para lá.
Vejo melodias em letras.  
Falando em notas. Tocando com letras.

Eu julgava as pessoas pelo que elas ouviam, mas percebi que o estilo de música é apenas compatível com a felicidade. Ou a falta de.
Melodias vazias só são vazias se a vida estiver sem sentido algum, ou com sentidos demais. Sem sentido para sentir, ou com sentidos suficientes para não precisar completar com um pouco de música. Impossível.

Elas se encaixam, como se fizessem parte das nossas vidas. Elas tocam a gente ri, chora, lembra. E revive.
Eu não sei se vivo sem, nunca tentei. E nem pretendo também.




Françoíse A. Machado

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Diálogo entre eu e eu mesma.

Olho a rua pela janela. Dia chuvoso. Gosto assim. Ver a chuva fina despencar do céu e esborrachar sem dó em direção ao chão, formando poças que ao tardar se tornam espelhos ondulados, como aqueles que existem em exposições, onde a  figura fica refletida e destorcida.
O tempo ocioso e entediante faz a cabeça trabalhar mais que o normal.

- Tenho saudades de lembranças.

- Você não tem saudades de lembranças, menina, tem saudades de momentos.

- É, deve ser. Foi isso que eu quis dizer.

- E isso é bom, não?

- Nem sempre. Lembrar me faz querer voltar no tempo. E eu não posso.

- Tanta coisa vai acontecer ainda, e o dia de hoje vai ficar marcado, por mais simples e aparentemente inútil que ele seja. Você vai sentir saudade desse dia. E de mim também. Porque você sabe, estou sujeita a mudanças. Mudamos.

- Saudade de você?

- De você.

(silêncio)

- Você me confunde. Complica tudo.

- Você dá motivos.

- Eu tento não dar motivos.

- E você acha que é o suficiente?

- Não é suficiente. Não sou suficiente. Sei que fico no meio termo.

- O que é uma pessoa meio termo?

- Eu.

- E você é o que?

- Um meio termo. Meio termo é.... Não sei.

- Você não pode ser aquilo que não sabe nem o significado.

- Então nada sou. Eu não sei tantas coisas...

- Essa é a graça. Se soubéssemos de tudo não haveria busca, curiosidade, magia.

- Não saber é mágico?

- Sim.

- Explica?

- É mágico o suficiente para você me questionar todos os dias, não ter respostas, e mesmo assim continuar insistindo.

A porta bateu. Olhei para trás e não havia nada, era só o vento. Voltei o olhar para janela e avistei uma moça com um guarda-chuva colorido bonito, e mais bonito ainda era o seu sorriso. Aquele sorriso que a gente fica querendo saber o motivo. Distraí e esqueci de me responder, acho também que o assunto tinha acabado. Convivo tanto comigo, mas questino mais os outros do que eu. Preciso de mais diálogos assim: eu e.. Eu.
Acho que tenho as melhores respostas, mesmo que incompletas.
Sou a única que não conheço e confio.



Françoíse A. Machado.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mudar: (mu-dar) v.t. Remover, pôr em outro lugar, deslocar. Alterar, modificar, transformar, converter. Trocar, substituir.


Tentar é válido. Vivo tentando.
Eu sou assim, desse jeitinho mesmo: atrapalhada, desorganizada, irritante às vezes, ansiosa e muitas outras coisas.
Sabe aquela velha história de só mudar se for por você, nunca por alguém? Não é bem assim.
E se você depende desse alguém? Você precisa aprender a mudar. Mesmo que demore, mesmo que.
Às vezes, a gente precisa abrir os olhos e tentar se enxergar nos olhos do outro também. Mas não de qualquer um, digo, daquela pessoa que você vê transparência, naqueles olhos que você tem certeza que apesar de qualquer coisa, vão continuar te seguindo, olhando por você. Amigos, irmãos, pais, seja quem for. Se existe um laço de amor ( não amor de faz de conta, aquele amor, o de verdade) vale a pena abrir a mão de algumas coisas.
E eu não falo de mudanças de estilos, de crenças, de fé. Falo de mudanças que contribuam para ambas as partes. E que tenham motivos concretos para que ocorram.
Fácil tentar e tão difícil conseguir. Mas, eu considero o tentar uma coisa vitoriosa desde o princípio! Quando dá certo então? A satisfação é imensa. Vitórias sem lutas são tão sem valor, é preciso conquistar. E sabe, acho que eu tenho, imperceptivelmente, uma atração por tudo que é difícil.

Mudar por mim, por você, por nós.
Percebi que pequenos atos podem ser gigantescos para outra pessoa. E o querer do outro, pode passar a ser o nosso também.
Melhor do que sorrir, é fazer alguém sorrir. Afinal, qual é a graça de ser feliz sozinho?


Vou tentando prestar mais atenção, me organizar mais, irritar menos, esperar menos e diminuir a lista de coisas-que-eu-faço-e-não-agradam-nem-a-mim. Tentando. Tentar é o pós-querer. E eu quero.
Como diria Caio Fernando Abreu: ''Não tenho nada contra qualquer coisa que soe a: uma tentativa''




Françoíse A. Machado.



segunda-feira, 16 de maio de 2011

V-i-v-e-r.

Injustiça;
Indignação;
Vida.


Fúria;
Frustação;
Viver.

És ingênua como uma fada,
mas fere-te como um leão.
Como pode essa coisa tão bela,
ser tão sem explicação?

Companhia;
Compaixão;
Amigos
.


Ternura;
Tensão;
Amor.


Os livros não resumem
o que será então viver?
Tão simples mas tão confuso
quem sou eu pra descrever.

Não és uma flor que se cheire - a mais pura das verdades.
Mas também não cometa o erro de julgá-la.
Pois quanto maior for a queda,
aprenderá com os erros a amá-la.

Françoíse A. Machado.

domingo, 27 de março de 2011

Sobre falar e sentir.

Pequenas, grandes, significativas, vazias, incompletas... Palavras.  Em excesso elas machucam, e quando elas faltam também.

Em palavras:
A: Desculpa, mas eu não mando nos meus sentimentos, estou confuso.
B: Tudo bem, eu não te amo mais, fique com ela. Ela vai te fazer feliz.
A: Olha, desculpa mesmo, mas eu não sei o que fazer...
B: Eu não te amo mais. Quero que fique bem. Agora estou indo, e por favor, não ligue e não me procure mais. Vai ser melhor assim.

Em sentimentos.
A: Desculpa, mas acho que meus sentimentos por você acabaram.
B: Não! Eu te amo demais, você só está confuso, seu amor não pode ter acabado assim, de uma hora pra outra. Eu sei que posso te fazer o menino mais feliz do mundo.
A: Olha, desculpa mesmo, mas eu não sei o que fazer.
B: Eu te amo, e quero o melhor pra você. Estou indo agora, mas tenho esperanças. Se quiser ligue, me procure. Eu vou estar te esperando.

Simples seria as palavras fossem mais  ''claras’’. Mas não, elas são um dilema.

E será possível encontrar sinceridade nelas, nas palavras? E como saber se alguém está dizendo a verdade ou apenas está brincando?
‘’Eu te amo’’ ‘’será que é verdade?’’. As dúvidas nos perseguem, ainda mais quando se tratam de sentimentos.

Acontece que esquecemos que também se fala através do olhar, ele diz muito e o melhor de tudo: Não engana.
E se me perguntarem; ‘’como faço pra provar que te amo?’’ eu apenas diria:
- Chegue mais perto, e olhe nos meus olhos.



P.S. Escrito ao som de Lady Antebellum - If I Knew Then.

quarta-feira, 2 de março de 2011

´Pequeno prólogo:
Vamos por partes? Se o meio não estiver nada parecido com começo, tudo bem. O que realmente importa é o final. Gosto de coisas embaraçosas. Eu sou toda assim. Confusão, eis-me-aqui.

- É bem mais fácil culpar o passar das horas. Perder tempo culpando o tempo soa no mínimo ironico. E sim, fazemos isso sempre.

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Eu poderia comparar esse  órgão tão fundamental com o piscar dos olhos, afinal, a pureza é a mesma. Ou até mesmo com o ritmo de uma dança, a beleza de uma rosa, as estrelas, a lua, o brilho do sol,  um sorriso. Qualquer coisa que no senso comum,  transmitisse a ideia de beleza,  brilho, de grandiosidade. Mas não, eu escolhi comparar com um relógio, ou seja, uma ''maquina'', porque tende a parar. Para sozinho por consequência do tempo que ele mesmo conta, ou por culpa de alguém que, já não vê mais utilidade e o deixa parar.
É frágil, mas é forte.
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Frágil bateria carregada por sentimentos: Se parar dificilmente volta, se querer dificilmente desiste, e se amar facilmente perdoa.
Frágil bateria incontrolável: Bate como quer, sente como quer, ama quem quiser.
Forte bateria indispensável: Não pensa, não vê. Sente e só.
Forte, frágil, dependente: Cheio de ligações, sozinho não funciona. Todo mundo tem um. Ou dois.
Cor..agem?
Clareza?
Compaixão?
Simplesmente, coração.

P.S. Tenho um carinho gigantesco por esse texto. É simples, mas é de grande importancia pra mim. Tanto é que, estou postando, depois de um ano. 

 (Since 02/03/2010)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Eu, você, nós.

Eu, você, nós. Somos tão iguais mas ao mesmo tempo tão diferentes. Uns erros a mais, acertos a menos, suponho.
Eu, você, nós, buscamos o mesmo, só seguimos caminhos distintos. Queremos ser felizes, apenas. E podemos.
Ir em frente, ir em busca, ir para onde? Somos obrigados a estar em movimento, mas ninguém nos aponta um caminho seguro.Viver pra aprender. Digo, viver, não existir. Só existir não basta.