terça-feira, 25 de junho de 2013

Prólogo.

E assim, na minha imaginação, surgiu Katherine.  


Tentou desistir várias vezes.
Era mais difícil do que qualquer um podia imaginar, envolvia muitas coisas e alguns sonhos. No começo era mais fácil descartar as coisas, como se ela pudesse jogar no lixo ''pedacinho'' ruins, e recomeçar como se nada tivesse acontecido. Mas no fundo, a gente sabe que aconteceu, como se tudo fosse reciclado, mas é certo que nem sempre fica perfeito. Imperfeição faz parte dos relacionamentos, e ela sabia que imperfeição demais machucava. Ah, como ela sabia! 

Costumava sorrir com piadinhas sem graça e pensamentos impossíveis que surgiam toda hora na sua cabeça. Brincava com pensamentos e parecia que vivia nesse mundinho paralelo. Mas tudo se mostrava diferente na realidade, então seus pensamentos ficaram sem cor, e as piadinhas não tinham mais graça nenhuma. Deixou a realidade conduzí-la.

Pensava demais
Fazia de menos

Decidiu viver. E foi vivendo que descobriu as coisas mais claras e também as mais escuras possíveis.

Perdoou
Esqueceu
Lembrou
Fez de conta
Perdoou
Sorriu
Chorou

Acreditava tanto, tão inocente menina. De olhar seus olhos dava pra ver um pouquinho da alma. Tão leve! E de leve levava qualquer um com ela.

Certo dia a menina decidiu mudar um pouquinho o rumo, pegou suas coisas e fugiu. Tinha uma família maravilhosa mas queria sentir outras emoções. Saiu andando, sem rumo, procurando uma direção. Andou alguns quilômetros depois de sua casa. Se arrependeu. Voltou.
Nunca ia muito longe, pois apesar de tudo, tinha dentro de si um medo gigante. E talvez ter medo seja o certo, se tudo é incerto.

Queria atenção. Queria que lhe ouvissem falar mesmo quando estava em silêncio. Queria um abraço mesmo sem pedí-lo, queria mais proximidade sem precisar implorar.

Quando encontrou um abraço que não pediu e ele se encaixou perfeitamente ao seu corpo, rezou para poder desfrutar mais vezes dessa sensação. Pediu pra ele voltar, e ficar, não sumir. E olhando nos olhos daquele que tinha o melhor abraço do mundo, disse seu primeiro eu te amo sem mover seus lábios. Alguns momentos dispensam palavras.

Parava e perguntava várias vezes ao dia o motivo de uma pessoa conseguir virar sua vida de ponta cabeça. Não havia resposta. Algumas coisas não tem resposta para, propositalmente, não terem sentido. E a partir do momento em que confiou naquela pessoa e entregou o seu amor, a guria descobriu que não se pode mandar nos sentimentos. Aprendeu que eles são complexos, desesperados, demasiados, falantes, surpreendentes e, às vezes, mais melancólicos do que deveriam.

Françoíse A. Machado.
(continua) 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012


Difícil de entender.
Se está frio queremos o calor. E vice versa. Se chove, cadê o sol? Se está sol cadê a chuva? É, seria mais fácil se nós soubessemos aproveitar um pouquinho de tudo. Mas a gente desperdiça. E reclama, reclama, reclama, reclama. Queremos controlar tudo. Até o tempo. Ou talvez só queremos ser favorecidos vinte-e-cinco-horas-por-dia.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Eu tento fugir da rotina. E nem que para isso eu contorne o quarteirão só para poder percorrer um caminho diferente, mesmo que para chegar ao mesmo destino. Mesmo que o caminho seja um pouco mais longo. Enjoo. Até do caminho.
Às vezes a pressa me pega desprevenida e me troco correndo, com o rosto amassado e o pensamento de que o dia já começou ruim. Acordar já é ruim. Acordar e não ter os cinco minutos de preparação  (o meu chamado pré levantar) é pior. Mas aí eu lembro que eu estou viva. E com o mesmo rosto amassado eu sorrio. De leve.
E são exatamente nesses dias em que eu não penso no percurso a percorrer, apenas sigo focada no ponto de chegada. Pouco me importa as ruas, as pessoas que não vou encontrar no caminho, os sorrisos e as rostos de sono que poderia ver... Uma manhã sem detalhes.
Meu trabalho exige simpátia. O tempo todo. E não sou. Ninguém é por tempo integral, impossível. Mas tento. Esqueço o sono, o tempo, as pessoas chatas e ignorantes que tive que conversar ontem e antes de ontem e....... E me prendo a palavras do tipo ''tudo bem'' ''estou ótima''  ''hoje vai ser um dia incrível''. E realmente, sempre que penso positivo acontece. Ultimamente tudo que tenho almejado com toda força e fé, tem se realizado
Existe um bocado de coisas boas me acontecendo. E ruins, é claro. Mas as ruins existem mesmo para podermos querer as boas. Que graça teria não querer ser mais feliz, mais alegre? A gente tem que querer sempre pra sonhar. Desejar. Ter um porque para viver. E mesmo que algo me deixe chateada, eu deixo pensamentos bons tomarem conta de mim.  A positividade faz um bem imenso, já tentou?
Eu costumava dizer que sempre acontecia o contrário do que desejava, mas a única verdade é que eu não desejava com toda a força que eu tinha. E nada mais justo não vir por inteiro. Se o esforço é pouco não se pode reclamar por receber só metade.

E sobre caminhos, a gente só tenta enganá-los. Porque no fundo sempre existe um caminho que a gente prefere. E que sempre vai ser prioridade na hora de não saber por onde ir. . Sempre existe algo já pré traçado em nossas mentes, porque já conhecemos e já estamos situados.

 É impossível fugir da rotina se, às vezes, somos nós que corremos atrás dela.

Mas devo ressaltar que não importa o motivo do teu sorriso, da tua lagrima ou até mesmo da falta de fé nas coisas. Caminhos novos existem, e os velhos e bons também. Se valer a pena repetir algum, ótimo. Se não, existem vários outros para serem percorridos e descobertos. Às vezes com muitos detalhes, outras sem nenhum. Mas eles sempre vão levar para algum lugar.
E não penso em ficar parada.
Porque o que eu almejo para mim é maior do que eu, e maior do que os caminhos que ainda vou ter que percorrer.



Françoíse A. Machado

terça-feira, 20 de março de 2012

Falou então com um tom estranho, de pessoa que está estranha. Por que não era por natureza. Evan era tão comum quanto domingos quietos numa cidade pequenina. Seu tom de voz estava elevado. Mas mesmo assim havia doçura no olhar. Levantou-se, deixou a xícara na mesa de canto cor de madeira, e desabou:

- Menina, então me diga, qual é o sentido de você ter algo com ele se depois, você sabe, vai virar pó?
- Eu tô vivendo, virando pó ou não eu vivo.
- Mas qual é o sentido?
- O sentido é não ter sentido.
- Não ter sentido? Você não sentiu? Disse que sentia muito.
- Não tinha sentido mas eu senti muito. 
- Ele não te ama, não sente nada por você. Por que corre atrás? Parece que gosta de se humilhar.
- É por que gosto, e se gosto não desisto. 
(Silêncio)
- Eu sinto...
- Sente o que? Muito? Agradeço mas dispenço lamentações alheias, mesmo vindas de um grande amigo como você.
- Sinto muito...
- Pare!- Interrompeu.
- .. amor.
- Oi?
- Eu não estou só dizendo.
- Dizendo amor de uma hora para outra?
- Ele só disse. Eu sinto.
- Não entendi..
- Ou finge que?
- É.... Sinto muito não sentir muito por você.
- Amor não escolhe, eu entendo.
- É..
- Quando virar pó, continue vivendo. Assim como eu vou continuar esperando, pelo dia que você possa sentir muito. Por mim.

Sem resposta, o silêncio tomou conta da sala que parecia estar vazia. Então Evan, educadamente, virou e foi embora, sem olhar para trás.
E sussurrou para si mesmo: ''Que a espera não seja maior do que o amor que eu sinto. Porque doí. Doí.''


(Pequeno trecho do segundo capítulo de um futuro livro escrito por mim. Ainda sem revisões.)


Françoíse A. Machado.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Que transbordem coisas boas, e as ruins sejam sufocadas. Baú, menina, é um lugar sombrio. Lembre-se, o que é bom tem que estar num lugar bonito.

                                                   


Eu ando meio distante, sabe. Não sabe, ninguém sabe de nada. Às vezes acham que sabem, mas é só isso.
Estou meio distante de coisas e pensamentos que antes eram só meus, e agora são do meu, do meu passado. Tô deixando coisas. (Coisaqualquer objeto inanimado; em sentido filosófico, coisa é tudo aquilo subsistente por si mesmo; a filosofia kantiana afirma ser uma coisa aquilo que existe independentemente do espírito; no sentido usual, como para o Direito, coisa é tudo aquilo que, percebido pelos sentidos, pode apresentar utilidade para o homem, caso em que se chama bem material ou espiritual.)

Tá lá, entende? Tá lá mas não ta aqui. Era só meu, e agora eu divido uns noventa por cento. Os dez por cento que me sobram é só pra lembrar que existiram e poder lembrar que foi meu, e ainda é um pouquinho.

Deve ser normal se desprender de gostos. Se não for, pode mandar prender, me condeno.

Escrevendo linhas sem sentido como estas que agora escrevi, me pego lendo e relendo frases, e apagando, escrevendo e fazendo todo o ciclo novamente. Penso, quantas palavras foram apagadas e substituídas em menos de dois minutos, com um breve e medíocre julgamento de quem achou que não estava bom? E nem tinha que ser, e nem é. Se é espontâneo, oras.  E qual critério foi utilizado? O meu, é claro. E olha que nem critério eu tenho.

Acho que a vida é assim também. Sem critérios.
Alías até tem, mas a gente acaba esquecendo. Ou fingindo que.

A vida é um amontoado de coisas. Assim que eu vejo.
Das boas, ruins, e das mais ou menos que, em alguns casos, ocupam o fundo do baú e que eu já coloquei numa posição mais e menos. Tirei o ou. 
Estranho, mas são as ruins que transbordam. As coisas boas a gente nem sempre lembra, até porque às vezes deixamos passar despercebidos os acontecimentos bons. Distração. Ou por achar que coisa boa está distante, mas tá perto. Tá num sorriso, tá num olhar, tá.
Mas a gente amontoa mesmo. Pensamentos, gostos, musicas, livros, histórias, palavras. E não tem critério maior do que o nosso. Porque na verdade, nós vamos fazendo tudo do nosso jeito. Não importa qual. E quem se importa sofre. Porque o mundo vai  julgar, não importa o que você faça, o que você pense. Enquanto uns acham lindo, outros vão achar a coisa mais idiota e inaceitável.

Estou fazendo o meu montinho também. Mas deixando transbordar as coisas boas, estou tentando não deixar passar nada, nadinha. No meu baú só fica dentro aquilo que não me serve mais, que não preenche, que não faz diferença. As mais ou menos eu nem tenho mais, não quero mais meios termos. Ou é bom, ou é ruim.
E as boas eu vou deixar pertinho de mim, bem pertinho. E não tem lugar melhor para guardá-las do que num lugar onde o pulsar é constante,  que nem o tempo pode levar, e só vão poder tirar de mim se me tirarem a vida também: Nele, nele mesmo, no coração.



Françoíse A. Machado.



Escrito ao som de One, U2.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Sobre o amor que vira manchete nas redes sociais.

Antes de falar, ame. E antes de sair falando para o mundo o quanto ama prove primeiramente para quem você ama. Nem todos que estão ao nosso redor fazem parte do nosso mundo. E quem faz, cá entre nós, merece exclusividade.

Parei para pensar esses dias: eu não falo muito de amor, nem costumo fazer declarações via twitter, facebook, entre outras redes sociais. E sim, eu vejo muitas pessoas fazendo. Às vezes é fofo. Mas tudo tem um limite.
As pessoas adoram ‘’gritar’’ o amor, muitas vezes esquecendo que o amor se passa dentro de nós. Outras amam tanto que depois que terminam um relacionamento, no próximo dia já começam a ‘’gritar’’ novamente. Mas agora é diferente. Já não amam mais, isso mesmo, de um dia para o outro o pra sempre virou nada, elas ''estão solteiras e ninguém vai segurá-las.’’ Tudo bem, todo fim de relacionamento é difícil. Mas o que eu tenho visto ultimamente são pessoas querendo provar para as outras o quanto estão felizes. Elas acabam se rebaixando a um nível baixíssimo só para mostrar algo que não são, expor algo que não sentem. Acabam fazendo tudo ao contrário. Ao invés de pensar nelas próprias, vivem para as opiniões alheias. ‘’Eu vou fingir ser assim porque eu tenho que parecer bem. ‘’ E tudo que  precisam é se sentir bem de fato. Mas passam a maior parte do tempo enganando. Se  ‘’auto-enganando''.

É que as pessoas estão em volta só observando o que está acontecendo. E elas não devem saber de tudo que se passa em nossas vidas. Viver não pode ser um livro aberto. Não deve ser. Pois a inveja existe.

Já me perguntaram por que eu não falo muito sobre meu relacionamento na internet, e a minha resposta foi clara:
Quem eu amo, já sabe o quanto eu amo. E eu não preciso provar para mais ninguém.
Ele sabe, eu sei. Basta.


E como diria o Grande Caio Fernando Abreu:
''Fico quieto. Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar aos sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência a, digamos, "embonitar" a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito."



Françoíse A. Machado

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Meu jeito (particular) de lembrar.

Queria poder fazer um rascunho de todos os meus pensamentos e acontecimentos. Gostaria de arquivar as coisas. E eu posso.

Temos mais facilidade em guardar os momentos muito bons e os muito ruins. Mas e os ''outros momentos'', aqueles que ficaram no meio termo? A gente esquece. E eu não gosto de esquecer.
Imagine que mágico, poder reviver mesmo que em pensamento a nossa infância?
Queria poder lembrar como eu era quando criança, digo, não por fotos. Lembrar como era ser inocente, e sorrir por coisa boba. Deve ser bom.
Hoje em dia é tão difícil tirar um sorriso meu, seu, nosso.
É tão triste saber que dia após dia vou deletando inconscientemente alguns
pedacinhos da minha vida.
Por isso acho que escrever é algo útil. Pois sei que vou mudar depois, e não quero esquecer de quem eu era antes. Para mim, é importante não cometer os mesmos erros. É importante repetir os acertos.  É importante para eu saber o que me tornei, e como já me senti. É importante saber quem já foi importante.

Fotografias?
Gosto de fotos, mas tudo ficaria mais interessante se atrás de cada uma delas, tivesse escrito algo que pudesse me fazer voltar naquele exato momento.

Já que a minha memória quase sempre falha, decidi escrever todos os dias. Eu falo sério. Rabiscar em qualquer canto, uma coisa qualquer que me lembre um dia qualquer. E não preciso de inspiração, quero uma coisa bem informal, bem minha.
Mesmo que não tenha feito nada no dia, eu vou chegar e escrever: ''Eu não fiz nada hoje, nadinha. Mas continuo viva. E isso não é ótimo?''
Vou arquivar tudo.
É que, eu cansei de perder momentos e pessoas. Pessoas principalmente. Perdi muitas até aqui, e vou continuar perdendo, eu sei, mas não quero mais esquecer do que elas eram quando estavam comigo. Elas sempre mudam depois que se distanciam, e eu não me acostumo. Então quero guardá-las da forma mais bonita que posso: Escrevendo. Porque escrever é tão bonito!

Então, será que eu posso te deixar no meu rascunho?
Alguns rascunhos valem mais do que ouro para mim. Afinal, é no rascunho que se escrevem as mais belas histórias.



Françoíse A. Machado.
Escrito dia 02/05/11



domingo, 7 de agosto de 2011

- Lembra da primeira vez em que a gente conversou?
- Sim. Janeiro, férias, você, minha cidade, alguns amigos em comum.
- É, eu não gostei muito de você.
- Na verdade você achava que não gostava. Nem me conhecia!
- Achava. Tenho essa mania de achar as coisas.
- Percebi.
- Mas de uma coisa eu tenho certeza: sei que posso confiar em você, e em tudo que você diz sentir por mim.
- Às vezes não parece.
(silêncio)
- Mas é.
- E por que você acha que pode confiar em mim? Nem eu confio.
- Lembre-se que não é questão de achar, e sim de ter certeza.
- E...
- É que você não pode olhar profundamente nos teus olhos assim como eu posso, mesmo que raramente. Você me passa confiança da forma mais bonita e sincera: olhando.
- Eu ainda prefiro os teus.
- Meus olhos?
- Sim. E mais um pouco também.
- Como?
- Me limitaria dizendo que gosto apenas dos teus olhos. Gosto de tantas coisas em você que fica difícil falar.
- Você é tão doce! Me deixa com o coração disparado e um sorriso bobo no rosto, sabia?
- Sei.
- Como sabe? Você não está próximo.
- Eu não preciso estar. A gente pode sentir o outro, de longe mesmo.
Pelo menos eu sinto. Não estou perto, mas é como se estivesse.
- Parece que você fala tudo o que eu preciso ouvir.
- Eu apenas falo tudo o que eu preciso falar.

Cada palavra dita e sentida eram como um abraço apertado de saudade.
Havia distância, mas também havia amor. E muito.
Bastava.


Luise passava as horas vagas (e outras nem tão vagas assim) lembrando das conversas, até dessas no telefone. Sempre anotava. Porque quando lia ela podia não só lembrar, mas reviver também. Você deve  saber o quanto é bom poder viver de novo os dias e acontecimentos bons. E é possível sim. O que passou ainda é, e pode continuar sendo. Se quisermos.


(pequeno trecho de um futuro livro)

Françoíse A. Machado

terça-feira, 12 de julho de 2011

Eu me lembro das flores, do céu aberto, e das nuvens que pareciam formar desenhos. Estava calor, mas havia uma brisa gostosa de vez em quando. Teu sorriso iluminava mais ainda meu dia. Ficaria ali para sempre.
Foi uma conversa boba, mas foi o início de quase tudo, porque é claro que já tínhamos um pouco. Ou melhor, acho que foi o início do meio.

- Há tanta beleza no mundo!

- Sim, há de tudo. Até beleza.

- Até?

- Até.

- Eu gosto daqui.

- E eu gosto de você.

- E daqui também, não?

- Gosto daqui quando tem você. Caso contrário não teria sentido.

- Mas, foi você quem me trouxe até aqui. Costumava vir sozinho, não se lembra?

- Eu procurava um sentido.

- E agora?

- Agora eu já encontrei.
Françoíse A. Machado.

sábado, 9 de julho de 2011

Papel, caneta, falta do que fazer. Escrevi.
É preciso de tão pouco e ao mesmo tempo uma imensidão de coisas para escrever. É precido de nada. E tudo.

                                       

Nós as interpretamos, relacionamos com pessoas e acontecimentos. Elas são tão inocentes que chegam a ser culpadas.

''Música: música (do grego μουσική τέχνη - musiké téchnea arte das musas) é uma forma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e silêncio seguindo, ou não, uma pré-organização ao longo do tempo.''

Notinhas tão importantes. De si fazer um sol. De mi ter um . De ir para lá.
Vejo melodias em letras.  
Falando em notas. Tocando com letras.

Eu julgava as pessoas pelo que elas ouviam, mas percebi que o estilo de música é apenas compatível com a felicidade. Ou a falta de.
Melodias vazias só são vazias se a vida estiver sem sentido algum, ou com sentidos demais. Sem sentido para sentir, ou com sentidos suficientes para não precisar completar com um pouco de música. Impossível.

Elas se encaixam, como se fizessem parte das nossas vidas. Elas tocam a gente ri, chora, lembra. E revive.
Eu não sei se vivo sem, nunca tentei. E nem pretendo também.




Françoíse A. Machado